Paz e Mel

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Pio XII e João Paulo II dão mais um passo para o reconhecimento da santidade

 
 

Caríssimos amigos do nosso blog da Comunidade Paz & Mel:

 

Nossa semana começa verdadeiramente bem. O Santo Padre Bento XVI autorizou o reconhecimento das virtudes heróicas, dentre outros, dos Servos de Deus Pio XII e João Paulo II. Com isso, a beatificação de ambos fica a depender unicamente do reconhecimento de algum milagre atribuído a sua intercessão pela Congregação para a Causa dos Santos.

 

O grande Papa Pio XII, não obstante seja, no nosso tempo, como temos dito neste blog, objeto de grande perseguição, com calúnias e mentiras a seu respeito, foi um homem verdadeiramente santo. Mais que isso, um Papa do seu tempo, capaz de atender a Santa Igreja em suas complexas necessidades do Século XX. Aliás, entre os Papas, o Século XX conheceu apenas pessoas que, além de grandes santos, foram grandes gênios, de Leão XIII a João Paulo II.

 

As acusações contra Pio XII advém unicamente do desejo de difamar a Igreja Católica e do fato evidente de que sua ajuda aos judeus perseguidos pelo Holocausto não pôde ser pública ou ostensiva, em virtude do fato claro de que, se fosse diferente, a Itália facilmente dizimaria o Vaticano. No entanto, todos os documentos que existem comprovam seus muitos trabalhos, não sem risco para si próprio e para o Vaticano, para auxiliar os judeus a fugirem da perseguição nazista.

 

No mais, foi um Papa memorável. Poderíamos falar de inúmeros de seus grande documentos. Destacamos dois apenas a título exemplificativo. A Carta Encíclica Mediator Dei, sobre a Sagrada Liturgia, parece milagrosamente ter previsto as grandes heresias e vilipêndios que viria a sofrer a partir do final dos anos 60. Já a Encíclica Humani Generis esclarece sobre o relativismo do tempo que perdura até hoje, denunciando e mesmo antecipando erros e organizando o pensamento católico ante as descobertas científicas.

 

Pio XII apoiou, antes de qualquer cientista de renome, a teoria do Padre Georges-Henri Édouard Lemaitre, de que o Universo surgiu em determinado momento, a partir de uma grande expansão, e que ainda estaria em movimento, hoje, a teoria mais aceita da origem do Universo (sim, caríssimos leitores, a Teoria do Big Bang é de autoria de um Padre Católico, como se pode ver ao final deste post) e foi precursor na utilização da mídia de massa para a propagação do Evangelho. Foi, como se diz popularmente, um homem a frente de seu tempo. O mundo o chamava de retrógrado e conservador, como o mundo chama a qualquer um que simplesmente seja realmente fiel ao Senhor Jesus. Agora, teve suas virtudes heróicas reconhecidas e caminha para ser chamado de "Beato", e, depois, "Santo".

 
 
 

A João Paulo II conhecemos bem melhor, dada sua proximidade histórica conosco. Não é possível descrever todo o bem que fez, o que simboliza, o santo que efetivamente era. Experimentado nos sofrimentos, o pequenino "Lolek", como sua mãe o chamava quando bebê, perdeu-a e ao irmão mais velho ainda criança. Aos 18, tentou sem sucesso fugir da invasão nazista na II Guerra Mundial. Cumpriu trabalhos forçados, fez teatro para manter viva a cultura polonesa, foi seminarista clandestino sob o regime de Hitler e, quando viu seu país se livrar da praga nazista, viu-o afogado numa outra, talvez pior, a do comunismo. Espionado e restringido pelos comunistas, tornou-se Cardeal e Papa. Do trono de São Pedro, é considerado um dos grandes artífices da queda do totalitarismo comunista na Europa Oriental.

 

Como Papa, seus feitos são impossíveis de se contar. Pediu perdão mais do que seria possível exigir. Foi amigo dos judeus, aproximando-se também dos muçulmanos. Mostrou a porta da caridade aberta, escancarada, ao verdadeiro ecumenismo. Buscou, talvez como ninguém antes, a colaboração das diversas religiões por valores comuns, destacando-se a paz. Proclamou o Ano Santo, peregrinou à Terra Santa e deixou sua intenção de oração no muro das lamentações. Visitou inúmeros países, foi exemplo de vida de oração, de devoção à Virgem Santíssima, de caridade, de acolhida, de santidade, de amor incondicional e de intransigência com a Verdade. Manteve a Igreja coesa num tempo de ataques abomináveis.

 

João Paulo II deixou uma gama de escritos praticamente inesgotável. Contra o relativismo moral e indiferentismo religioso, a Carta Encíclica Veritatis Splendor e, depois, a Instrução Dominus Iesus; contra a "cultura de morte", o aborto, eutanásia, um mundo sem valores cristãos, a Evangelium Vitae; contra a separação entre razão e fé, pela retomada do tomismo e aprofundamento da razão que confirma a fé, a Fides et Ratio; pela correta organização sócio-econômica, contra o comunismo totalitário e o liberalismo perverso, Solicitude Rei Socialis, Laborem Exercens e Centesimus Annus. Pelas famílias, ante as mentiras e ataques que a querem destruir, Carta às famílias e Familiaris Consortio. Pela valorização da Eucaristia, da Santa Missa e da Liturgia, Ecclesia de Eucaristhia, Mane Nobiscum Domine, Redemptionis Sacramentum. Ainda valorizou o papel da mulher, escreveu uma trilogia sobre os três estados de vida, falou do Redentor, do Deus misericordioso e do Espírito Santo, Senhor e Vivificador. Devoto da Virgem Santíssima, deixou memoráveis escritos a seu respeito. Reformou o Santo Rosário, nele inserindo os Mistérios Luminosos. Realmente não há como citar nem uma pequena parte do que nos deixou Karol Józef Wojtyla.

 

Para responder à ironia de Ernest Renan, que reclamava que os santos passaram a ser canonizados unicamente pelo Vaticano, e não mais pelo povo, a Santa Missa das Exéquias de João Paulo II foi o evento religioso de maior público que já houve e obteve a maior audiência. Ao final desse emocionante momento, o povo aclamava, num misto de luto e festa, entre a tristeza da solidão e o júbilo da certeza da santidade e a já estada ao lado do Altíssimo, "Santo já, Santo já". Nenhum santo recebeu tamanha aclamação, de tantos e tão pouco tempo. O Papa Bento XVI isentou o predecessor do período de cinco anos, como prevê o Direito Canônico, em face da "fama de santidade". Mais fama de santidade que a de Wojtyla será difícil testemunhar.

 

Bem, agora Pio XII e João Paulo II seguem seu caminho ao reconhecimento da santidade. Ambos já podem ser chamados de "Venerável". É uma bela notícia, realmente.

 

Forte abraço!

 

Manoel Guimarães,

Comunidade Paz &Mel

 

http://www.acidigital.com/noticia.php?id=17861

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Lema%C3%AEtre

 

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