Paz e Mel

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2. O Amor de Deus na Sagrada Escritura.



Queridos irmãos em Cristo, preliminarmente, com certeza a meditação na realidade do amor do Senhor foi capaz de, nesta última semana tempo, começar a dar frutos nos nossos corações. Talvez alguns tenham formado dúvidas ou questionamentos, quiçá objeções à veracidade e à realidade do amor de Deus. Por ora, pedimos que nossos amigos leitores as guardem, tão-somente. Em breve, falaremos disso. Neste momento, porém, é tempo de nos voltarmos para a Palavra do Senhor, para a Sagrada Escritura, para a partir dali prosseguirmos nosso banhar-nos na realidade do amor do Senhor.

Na Escritura, o amor de Deus é narrado incontáveis vezes. No Antigo Testamento, vemo-lo declarado no Seu amor pelo povo de Israel. Hoje, podemos claramente nos colocarmos no lugar de Israel. Em verdade, somos nós, cada um de nós hoje o "povo de Deus", os "filhos" do Senhor, a quem Ele tanto ama. Com efeito, no Antigo Testamento, Deus se dirigia ao Seu povo, que era especificamente da etnia hebraica. A novidade de Jesus Cristo, no entanto, faz com que, a partir dela, a Salvação, a benção do Senhor, Sua paternidade, Suas promessas, não se dirijam mais a uma etnia específica, mas a toda a humanidade que a Ele aderir. Os "eleitos de Deus" não são hoje uma etnia, mas são os que optam por seguir Jesus Cristo, Sua Palavra, Seus Mandamentos, Sua vida, Seu amor. Somos nós!

O Catecismo nos fala do amor de Deus declarado a Israel, que hoje se refere à toda humanidade: "Ao longo da sua história, Israel pôde descobrir que Deus tinha uma única razão para revelar-se a ele para tê-lo escolhido dentre todos os povos para ser dele: seu amor gratuito. E Israel entendeu, graças a seus profetas, que foi também por amor que Deus não cessou de salva-lo e de perdoar-lhe a sua infidelidade e seus pecados" (Cat. n.° 218).

Vamos, então, à Escritura. É Isaías quem nos fala repetidas vezes: "Tu, porém, Israel, és o meu servo, foste tu, Jacó, a quem escolhi, descendência de Abraão, meu amigo! Lá num canto do mundo eu te dei a mão, eu te chamei lá dos confins da terra. Eu te disse: 'Tu és o meu servo. Eu te escolhi e não te deixei.' Não tenhas medo, que eu estou contigo. Não te assuste, que sou o teu Deus. Eu te dou coragem, sim, eu te ajudo. Sim, eu te seguro com minha mão vitoriosa" (Is 41,8-10); "E agora, assim diz o Senhor, aquele te criou, Jacó, aquele que te modelou, Israel: 'Não tenhas medo que fui eu quem te resgatou, chamei-te pelo próprio nome, tu és meu! Se tiveres de atravessar pela água, contigo estarei e a inundação não te vai submergir! Se tiveres de andar sobre o fogo, não te vais queimar, as chamas não te atingirão. Pois eu sou o Senhor, o teu Deus, o Santo de Israel, o teu Forte! Para pagar tua liberdade eu te dei o Egito! Para ficar contigo, entreguei a Etiópia e Sabá! Pois és muito precioso para mim, e mesmo que seja alto o preço, é a ti que eu quero! Para te comprar, eu dou, seja quem for; entrego nações, para te conquistar" (Is 43,1-4).

Da mesma forma apresenta Oséias: "Quando Israel era criança eu o amava, do Egito chamei o meu filho (...) Sim, fui eu quem ensinou Efraim a andar, segurando-o pela mão. Só que eles não percebiam que era eu quem deles cuidava. Eu os lacei com laços de amizade, eu os amarrei com cordas de amor; fazia com ele como quem pega uma criança de colo e a traz junto ao rosto. Para dar-lhes de comer eu me abaixava até eles" (Oséias 11,1.3-4).

Trouxemos esses dois exemplos belíssimos da expressão do amor do Senhor pela humanidade, por cada um de nós. Haveria vários outros. Também os salmos o referem: "Lembra-te, Senhor, do teu amor, e da tua fidelidade desde sempre" (Sal 25,6); "Eu te darei graças, Senhor, meu Deus, de todo coração e darei a glória ao teu nome, porque é grande para comigo o teu amor; do profundo dos infernos me tiraste" (Sal 86,12-13); e o Salmo 118 repete como um refrão "eterno é Seu amor".

A plenitude do amor de Deus, porém, revelou-se no Novo Testamento. Ao início de seu Evangelho, São João nos esclarece: "De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu filho ao mundo para que o mundo seja salvo por ele" (Jo 3,16-17).

Acerca do papel de Jesus, mesmo da revelação do amor da Trindade em Jesus, Verbo Encarnado, veremos oportunamente, na seqüência das formações. Por ora, basta deleitar-nos e meditarmos dos versículos citados, deixando-nos banhar pelo amor de Deus, revelado a nós na Sua Palavra, que é mesmo doce como o Mel.

Manoel Guimarães,
Comunidade Paz & Mel.

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