Paz e Mel

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12. A universalidade do pecado


Caríssimos irmãos e irmãs que acompanham nosso blog:

Seguimos nossas meditações de onde paramos. Havíamos visto o grande amor do Senhor por nós e, diante da realidade do mal no mundo e das nossas dificuldades em perceber Seu amor, concluímos que tais problemas não são queridos por Deus, eles advém do pecado humano e não de Deus. Neste momento, cabe meditar sobre a verdadeira infestação do pecado no mundo. De fato, estamos muito distantes daquela realidade de estado de graça em que o mundo foi criado pelo Senhor. O mal em todas as suas formas, o ódio, a fome, a inveja, a impureza, a maledicência, a mentira, o medo, a angústia, a injustiça, a solidão, a dor, a gula, a ira, o comodismo, o consumismo, o individualismo, a preguiça, o egoísmo, a incredulidade, a infidelidade, a promiscuidade, a avareza, a furto e o roubo, os homicídios, o orgulho, a soberba, a impiedade, a insensibilidade, o homossexualismo, o divórcio, o aborto, enfim, todo o tipo de mal se propaga a nossa volta.

Tais males, porém, não são exclusividade do nosso tempo. Acompanham a humanidade há muito. Já São Paulo falava dessa realidade, referindo-se, inclusive, a tempos bem anteriores. "Portanto, eles não têm desculpa: apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em seus pensamentos fúteis, e seu coração insensato se obscureceu. Alardeando sabedoria, tornaram-se tolos e trocaram a glória do Deus incorruptível por uma imagem de seres corruptíveis, como: homens, pássaros, quadrúpedes, répteis. Por isso, Deus os entregou, dominados pelas paixões de seus corações, a tal impureza que eles desonram seus próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela falsidade, cultuando e servindo a criatura em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém (...) E, porque não aprovaram alcançar a Deus pelo conhecimento, Deus os entregou ao seu reprovado modo de pensar. Praticaram então todo tipo de torpeza: cheios de injustiça, iniqüidade, avareza, malvadez, inveja, homicídio, rixa, astúcia, perversidade; intrigantes, difamadores, odiadores de Deus, insolentes, presunçosos, tramadores de maldades, rebeldes aos pais, insensatos, traidores, sem afeição, sem compaixão. E, apesar de conhecerem o juízo de Deus que declara digno de morte os autores de tais ações, não somente as praticam, mas ainda aprovam os que as praticam" (Rm 2,20b-25.28-32).

De fato, a realidade do pecado é universal, pelo que falamos na universalidade do pecado. Dizia São Paulo: "Todos pecaram e todos estão privados da glória de Deus..." (Rm 3,23). "A Escritura e a Tradição da Igreja não cessam de recordar a presença e a universalidade do pecado na história do homem" (Catecismo da Igreja Católica – Cat. n.° 401). "O pecado está presente na história do homem: seria inútil tentar ignorá-lo ou dar a esta realidade obscura outros nomes" (Cat. n.° 386). Mais, essa universalidade do pecado é bastante vinculada com a realidade do pecado original, que estudaremos mais a fundo a partir da próxima formação. "A partir do primeiro pecado, uma verdadeira invasão do pecado 'inunda' o mundo: o fratricídio cometido por Caim contra Abel; a corrupção universal em decorrência do pecado (...) A Escritura e a Tradição da Igreja não cessam de recordar a presença e a universalidade do pecado na história do homem" (Cat. n.° 401). "Todos os homens estão implicados no pecado de Adão. São Paulo o afirma: 'Pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores' (Rm 5,19)" (Cat. n.° 402).

Precisamos reforçar aqui essa realidade, portanto, introjetá-la bem. A realidade do pecado permeia toda a humanidade em extensão, em cada canto do mundo, em cada coração, em cada sociedade formada, em cada relacionamento humano. A mácula do pecado nos limita, está sempre ao nosso lado. Por isso mesmo, nunca podemos deixar de combater, nunca podemos nos acomodar no onde e como estamos na vida espiritual. Qualquer desatenção, qualquer arrefecimento na luta espiritual levará à queda.

Também o pecado permeia toda a história da humanidade, tudo por que passamos, ao par de nossa evolução está sempre o mal; não há comunidade ou sociedade humana que não o conheceram. Aqui, cai por terra a idéia, por muitos defendida, que o que corrompe o ser humano é a vida comunitária, ou a propriedade privada, ou este ou aquele sistema de organização sócio-político-econômico que causaram o mal no homem e/ou na sociedade, como se antes disso não houvesse o mal. Também cai a crença de que algum tipo de sistema possa nos livrar da realidade do pecado ou de seus efeitos, como se pudesse, apenas pela implantação de um sistema externo, livrar-nos do mal no mundo, que necessariamente, como vimos, é o próprio ou decorre do pecado.

Precisamos nos convencer de que o pecado está sempre a nossa volta, e não temos como, por nossa força, o afastarmos de nossa família, de nossa sociedade, de nosso Estado (organização política). O mal é ele mesmo o pecado ou é gerado pelo pecado. Só Deus poderá nos livrar do pecado e do mal!

Que o Senhor nos abençoe e nos ajude a deixar-nos convencer dessa realidade e a orar e lutar verdadeiramente contra o pecado.

Forte abraço,

Manoel Guimarães,

Comunidade Paz & Mel.

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