1. O Amor de Deus: Primeiro e Maior Fundamento da Fé:

 

Caros amigos, ao começarmos a “Formação Básica”, não há outro tema para se iniciar além do amor de Deus. Sendo o primeiro tema do Querigma (verdades de fé que devem anteceder à catequese), trata-se da base em cima da qual toda a verdade cristã se edifica.

É tão fundamental que o Santo Padre Bento XVI, logo após tornado Papa, abordou-o em sua primeira Encíclica, que tradicionalmente orienta todo o Pontificado. O título latino é Deus caritas est, literalmente “Deus é amor”. Também o Servo de Deus João Paulo II fora por esse caminho, sendo sua primeira Encíclica a Redemptor hominis, que tratou do Senhor Jesus, Redentor da humanidade, um tema evidentemente ligado ao amor de Deus. O Catecismo também ressalta essa primazia da realidade do amor.

O Catecismo diz expressamente que: “Toda a finalidade da doutrina e do ensinamento deve ser colocada no amor que não acaba. Com efeito, pode-se facilmente expor o que é preciso crer, esperar e fazer; mas sobretudo, é preciso fazer sempre com que apareça o Amor de Nosso Senhor, para que cada um compreenda que cada ato de virtude perfeitamente cristão não tem origem senão o Amor, e outro fim senão o Amor” (Catecismo da Igreja Católica – Cat. n.° 25).

O Papa Bento XVI também evidencia que antes de tudo vem o encontro com Deus, o Seu amor: “Nós cremos no amor de Deus — deste modo pode o cristão exprimir a opção fundamental da sua vida. Ao início do ser cristão, não há uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo” (Papa Bento XVI, Carta Encíclica Deus Caritas Est n.° 01).

Também o Servo de Deus João Paulo II fala do amor das pessoas da Trindade: “Na sua vida íntima Deus ‘é Amor’, amor essencial, comum às três Pessoas divinas: amor pessoal é o Espírito Santo, como Espírito do Pai e do Filho. Por isso ele ‘perscruta as profundezas de Deus’, como Amor-Dom incriado. Pode dizer-se que, no Espírito Santo, a vida íntima de Deus uno e trino se torna totalmente dom, permuta de amor recíproco entre as Pessoas divinas; e ainda, que no Espírito Santo Deus ‘existe’ à maneira de Dom. O Espírito Santo é a expressão pessoal desse doar-se, desse ser-amor. É Pessoa-Amor. É Pessoa-Dom. Temos aqui uma riqueza insondável da realidade e um aprofundamento inefável do conceito de pessoa em Deus, que só a Revelação divina nos dá a conhecer” (Papa João Paulo II, Carta Encíclica Dominum et vivificantem, n.° 10).

Dessa maneira, o que temos é uma realidade fantástica, fora de série, incrível, no sentido mais puro da palavra, de impossível crer-se, extraordinário: Deus Onipotente, criador de todas as coisas, que tudo pode, que está nos altos Céus, que domina os tempos, o espaço, a matéria e o espírito, Deus infinito AMA. Ama-me e a ti pessoalmente, como um amigo próximo, cuida de nós, dá-nos carinho, ensina-nos, orienta-nos, tudo porque nos ama infinita e intimamente. Ama-me não como membro de uma multidão, como um do povo, mas ama-me pessoalmente, como seu filhinho que sou. Deus quer fazer parte da minha vida, da tua vida. Ele nos ama enormemente. Que verdade fantástica. É a verdade mais fundamental que poderíamos descobrir.

A partir daí, só temos a agradecer a Deus, a glorifica-lO por esse imenso dom de Seu amor. Caríssimo amigo leitor. Que essa verdade se assente em nossos corações. Eis um passo fundamental de fé. Que meditemos com vagar em tão grande mistério! Na próxima formação, mergulharemos mais na revelação do amor do Senhor na Escritura, afinal, o carisma Paz & Mel, a acolhida, valoriza muito a Sagrada Escritura, porque é ela, especialmente quem nos revela a vontade do Senhor a que devemos obedecer, a Palavra do Senhor que devemos ouvir, e que, como nos dizem os Salmos e o profeta Ezequiel, é doce como o Mel (cf. Sal 119 e Ez 3), e, acima de tudo, o amor do Senhor..

Manoel Guimarães,

Comunidade Paz & Mel.