Paz e Mel

Paz e Mel

Contemplando e refletindo o Santo Natal









Caríssimos amigos deste blog:

"Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o recenseamento de toda a terra – o primeiro recenseamento, feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um em sua cidade. Também José, que era da família e da descendência de Davi, subiu da cidade de Nazaré, na Galiléia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Quando estavam ali, chegou o tempo do parto. Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolto em faixas, e deiteu-o numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria" (Lc 2,1-7).

Com essas palavras, a Sagrada Escritura nos narra o nascimento do Senhor Jesus. Tantas vezes profetizado, o grande acontecimento da humanidade se realizava. Uma virgem dava à luz Deus!

Ao final da longa viagem, cansados, José e Maria chegam a Belém, mas já é o tempo do parto. Após tanto cansaço de viagem, talvez esperasse a Sagrada Família que o Senhor lhes facilitasse as coisas, afinal, era o Filho de Deus quem nasceria. Quem sabe Deus houvesse providenciado de modo sobrenatural uma estadia digna da divindade? Ou se tivesse manifesto ao dono da mais nobre hospedaria da região para dizer que deveria receber a Mãe de Deus mesmo? Ou ao menos desse algum dinheiro ao casal para pagar alguma hospedaria, ou alguma casa de família, algum parente distante? Nada!

Salvo exceções, Deus nasce rejeitado pela humanidade. É apenas um reflexo de toda a história da humanidade e da Salvação. Deus fora rejeitado por Adão e Eva, por Israel em inúmeras traições. Depois Jesus sofreria a suprema rejeição da Cruz. Os cristãos seriam rejeitados e perseguidos pelos judeus, depois pelos romanos, até hoje pelo mundo indiferente, politicamente correto, sem fé. Jesus Cristo, Deus Filho, nasce rejeitado na manjedoura de uma estrebaria de Belém!

As exceções são fundamentais. A primeira exceção é a própria Sagrada Família, São José e Maria Santíssima, que acolhem e amam o Senhor Jesus, jamais o rejeitam. Não pensam na abominação do aborto. Estão dispostos a sofrer o que for para cuidar de seu filhinho, o Deus Menino. Dedicam-se inteiramente a Ele. Colocam-no no local mais aconchegante possível. Garantem-lhe a alimentação. Sem pestanejar, deixam o país para viver no estrangeiro Egito, ante o decreto de morte às crianças, de Herodes, por temer a sua substituição pelo Rei Menino. São José e Nossa Senhora, exemplos de pai e mãe, entregam-se completamente e estão dispostos a todo e qualquer sacrifício para o cuidado do Senhor Jesus que nasce.

Que grande diferença do mundo laicista, individualista e egoísta de hoje! Hoje não se pode ser mãe para não se atrapalhar a carreira, a estabilidade econômica, o planejamento de vida! Maria Santíssima e São José renunciaram a quaisquer planos que tivessem para cumprir sua missão. Assim deve ser com todos os chamados ao matrimônio e à vida familiar. Na fuga para o Egito, Maria Santíssima e São José deixam a proximidade dos parentes, a segurança do conhecimento do local, das pessoas, do trabalho, a condição de nacionais para passarem a ser estrangeiros, mas o fazem muito tranqüilamente para o bom desenvolvimento de seu Filho. Assim também o fazem as famílias verdadeiramente cristãs ainda hoje!

A segunda exceção é a dos pastores, essa gente simples, a quem Deus se revela mais claramente que aos sábios. Essa gente simples que se deixa comover, guiar por Deus, que é dócil à moção divina. Assim devemos ser nós, deixando-nos guiar pelo Senhor confiando nEle, admirando-nos e acolhendo a Sua proposta (Vamos a Belém...). A terceira são os reis magos, sobre quem refletiremos mais na Solenidade da Epifania, mas, enfim, sábios que estudam e buscam a Deus e O querem servir estando prontos a atender Sua determinação.

A outra grande exceção é a multidão celeste, os anjos de Deus que cantam na sua sublime liturgia: "Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens por Ele amados...". Recorda-nos toda a realidade espiritual, que nós não vemos, mas que existe e atua fortemente no universo. Realidade espiritual que se ajoelha, que se põe a adorar a Deus que nasce feito menino.

É Deus que se faz homem! É o Mistério da Encarnação! É Deus quem vem a nós, assume a a carne, desce a nós. É o caminho que nos dará a Salvação, a liberdade ante o pecado, a vida verdadeira e eterna. Num cenário tão simples, um evento tão grandioso. Devia nos deixar admirados, estupefatos...

Nós, neste momento, nos calamos. Calamo-nos e contemplamos. Vemos Deus nascer; vemos a ternura da Virgem, solícita mesmo no extremo sofrimento do parto; vemos São José, o Justo, solícito e protetor; vemos os pastores, admirados em sua simplicidade diante da Revelação de Deus; vemos os anjos cantando e celebrando jubilosos e em adoração.

Assim, ficamos com as imagens do início do post, para contemplar e meditar sobre o grande Mistério do Nascimento do Senhor Jesus, em que o Mistério da Encarnação se nos apresenta ainda mais visível.

De toda a Comunidade Paz & Mel a você que nos lê, um feliz e santo Natal!

Manoel Guimarães,
Comunidade Paz & Mel.

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