Paz e Mel

Paz e Mel

Papa condena firmemente Teologia da Libertação

 

Queridos e amados irmãos e irmãs:

 

Seguimos repassando os discursos do Santo Padre aos Bispos brasileiros em visita ad limina. Pela ordem, deveríamos estar apresentando o discurso apresentado aos Bispos da Regional Sul 1, mas a pedido de amigos de grande formação cristão, antecipamos para dar maior visibilidade mais rapidamente o discurso dado aos prelados das Regionais Sul 3 e 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Excepcionalmente, pela riqueza do discurso, dividimos o que seria um post em dois. No presente, comentamos os trechos do discurso e no próximo simplesmente transcrevemos sua íntegra, unicamente para não ficar o post excessivamente longo.

 

O Papa falou de cultura e ressaltou que a escola e a universidade 'nasceram à sombra do humanismo cristão e nele se inspiram". Desse modo, se querem se dizer católicas, devem transmitir o catolicismo: "Ora 'é precisamente na referência explícita e compartilhada (...) à visão cristã que a escola é 'católica', já que nela os princípios evangélicos tornam-se normas educativas, motivações interiores e metas finais' (...)Possa ela, numa convicta sinergia com as famílias e com a comunidade eclesial, promover aquela unidade entre fé, cultura e vida que constitui a finalidade fundamental da educação cristã".

 

Falou ainda Bento XVI das escolas públicas, da possibilidade de terem uma dimensão de transcendência e da conveniência de professores cristãos, não somente de religião, bem como as próprias famílias que mandam filhos formados no cristianismo as ajudam: "as escolas estatais, segundo diversas formas e modos, podem ser ajudadas na sua tarefa educativa pela presença de professores crentes – em primeiro lugar, mas não exclusivamente, os professores de religião católica – e de alunos formados cristãmente, assim como pela colaboração das famílias e pela própria comunidade cristã".

 

Nessa seara, o sucessor de São Pedro concluiu magistralmente, com o raciocínio que desmancha a ideologia laicista, hoje vigente, pela qual laicidade é negação da fé. Não! Laicidade é liberdade para se optar por não ter fé ou optar por ela, em seus diversos credos. "Com efeito, uma sadia laicidade da escola não implica a negação da transcendência, nem uma mera neutralidade face àqueles requisitos e valores morais que se encontram na base de uma autêntica formação da pessoa, incluindo a educação religiosa". Infelizmente, no Brasil, o laicismo propaga que, como todos têm direito a escolher uma fé, nenhuma escola, nem mesmo as católicas, podem professar a fé católica. E o direito de os católicos querem fazer transmitir o catolicismo aos filhos em escolas católicas vai ao espaço. O direito de não crer é assegurado, mas o direito de crer é subtraído.

 

O Bispo de Roma seguiu seu magistral discurso ressaltando o princípio da subsidiariedade, brilhantemente aplicado à espécie, citando inclusive a Declaração Universal dos Direitos do Homem: "partirmos do reconhecimento do papel primário das famílias e subsidiário das outras instituições educativas. Lê-se no artigo 26 da Declaração Universal dos Direitos do Homem: 'Os pais têm direito de prioridade na escolha do gênero de educação a ser ministrada aos próprios filhos'. O empenho plurissecular da escola católica situa-se nesta direção, impelido por uma força ainda mais radical, ou seja, a força que faz de Cristo o centro do processo educativo".

 

Foi ao falar da universidade, de sua origem católica e do apoio que a Igreja sempre lhe deu, que Bento XVI mudou de assunto, para dizer que, as universidades católicas pertencem à Igreja Católica como um todo, não aos professores, alunos, ou mesmo às congregações: "Apraz-me tributar aqui a mais viva gratidão eclesial às diversas congregações religiosas que entre vós fundaram e suportam renomadas universidades, lembrando-lhes, porém, que estas não são uma propriedade de quem as fundou ou de quem as freqüenta, mas expressão da Igreja e do seu patrimônio de fé".

 

A partir daí, tratou da teologia da libertação e do: "o perigo que comportava a assunção acrítica, feita por alguns teólogos de teses e metodologias provenientes do marxismo". E seguiu-se a duríssima condenação: "As suas seqüelas mais ou menos visíveis feitas de rebelião, divisão, dissenso, ofensa, anarquia fazem-se sentir ainda, criando nas vossas comunidades diocesanas grande sofrimento e grave perda de forças vivas".

 

A seguir, o Santo Padre humildemente pediu o abandono do erro: "Suplico a quantos de algum modo se sentiram atraídos, envolvidos e atingidos no seu íntimo por certos princípios enganadores da teologia da libertação, que se confrontem novamente com a referida Instrução, acolhendo a luz benigna que a mesma oferece de mão estendida; a todos recordo que 'a regra suprema da fé [da Igreja] provém efetivamente da unidade que o Espírito estabeleceu entre a Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Magistério da Igreja, numa reciprocidade tal que os três não podem subsistir de maneira independente' (João Paulo II, Enc. Fides et ratio, 55). Que, no âmbito dos entes e comunidades eclesiais, o perdão oferecido e acolhido em nome e por amor da Santíssima Trindade, que adoramos em nossos corações, ponha fim à tribulação da querida Igreja que peregrina nas Terras de Santa Cruz".

 

Apresentando Maria Santíssima, modelo para a Igreja, pediu verdadeiro espírito de filiação a ela: "Nela encontramos, pura e não deformada, a verdadeira essência da Igreja e assim, através dela, aprendemos a conhecer e a amar o mistério da Igreja que vive na história, sentimo-nos profundamente uma parte dela, tornamo-nos por nossa vez 'almas eclesiais', aprendendo a resistir àquela 'secularização interna' que ameaça a Igreja e os seus ensinamentos". E concluiu recordando a forte raiz católica do Brasil e intercedendo pelos prelados.

 

O Santo Padre, como tem ocorrido em seus discursos, demonstra conhecer com proximidade os problemas da Igreja no nosso país. É verdadeiramente um consolo saber que temos um pai tão atento às nossas carências, fraquezas, erros e necessidades. O erro do laicismo da sociedade e da cultura, combatido pelo Sumo Pontífice, é muito presente em nosso meio. É preciso ter coragem para anunciar que laicidade sadia não é promoção do ateísmo, do materialismo, de neutralidade ou indiferentismo religioso. A escola católica precisa, sim, ser católica e transmitir o catolicismo. E a escola pública precisa reconhecer que o ser humano é um ser religioso e dar espaço aos que o querem ser expressamente, notadamente os católicos, que são a maioria do país. É o que temos dito insistentemente aqui: o catolicismo não é para ser vivido somente privadamente, mas na vida pública de todos! Viva o Papa!

 

Depois, a persistência de elementos da Teologia da Libertação, promovendo um equivocado igualitarismo, de ordem marxista, um sincretismo inaceitável à pretexto de ecumenismo, uma verdadeira secularização das coisas sacras, retirando-se a solenidade da Sagrada Liturgia, relativisando-se a Sagrada Escritura e as palavras do próprio Senhor Jesus, quando condenou o divórcio, o sexo fora do casamento, para se tentar mudar a doutrina do próprio Senhor e já bimilenar na Igreja, querendo-se aceitar o divórcio, as uniões livres, inclusive homossexuais, tudo isso foi visto pelo Vigário de Cristo. Aparece aí sim, a "rebelião, divisão (...) ofensa, anarquia (...) perda de forças vivas...".

 

São palavras muito duras, mas certamente verdadeiras. O sucessor de São Pedro o atesta. Rebelião na Igreja? Divisão na Igreja? Ofensa, anarquia na Igreja? Perda de suas próprias forças vivas advindas de Deus mesmo, dentro da Igreja Católica? O Santo Padre diz que sim, por conta de uma infeliz doutrina que tentou adaptar o comunismo ateu ao cristianismo e acabou por adaptar o cristianismo ao comunismo ateu. Criou-se um catolicismo não propriamente ateu, mas em que Deus muito pouco significa. Um catolicismo não propriamente ateu, mas materialista prático. Um catolicismo moralmente relativista, indiferentista com relação à religião, equivocadamente sincretista e disseminador do erro por onde passa. Um catolicismo que não adora solenemente o Santíssimo Sacramento do Altar nem realiza com a solenidade devida o Santo Sacrifício da Missa. Um catolicismo, enfim, não Católico, mas, nas palavras de Bento XVI, rebelde, dividido (não católico, pois o católico é universal), anárquico, sem forças...

 

Viva o Papa! Viva o Santo Padre! Viva Bento XVI, Vigário de Cristo na Terra, sucessor de São Pedro, Bispo de Roma, Sumo Pontífice. Viva Joseph Ratzinger, humilde servo de Cristo, tornado Bento XVI, em cujas mãos estão as chaves, com as quais o que ele (e nenhum outro) liga na Terra, é ligado no Céu, e o que ele desliga na Terra, é desligado no Céu. É hoje ele aquela pedra sobre a qual se edifica a Igreja de Cristo, em relação a qual as portas do inferno não prevalecerão. Cuidemos, irmãos, de estarmos dentro dessa Igreja, sob a orientação do sucessor de São Pedro, para estarmos seguros.

 

Rezamos ao Senhor, que siga abençoando Sua Igreja e o Santo Padre. Que ela siga sendo a barca de Pedro, no interior da qual está a Salvação. E que muitos estejam nela! Abençoai-nos, Senhor! Virgem Santíssima, intercedei por nós, necessitados de oração que somos. Cuidai, Virgem Aparecida, do nosso Brasil!

 

Forte abraço a todos!

 

Manoel Guimarães,

Comunidade Paz & Mel.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.