Queridos e amados amigos deste blog:
Seguimos nossa meditação, já perto de concluir esse momento inicial, acerca do amor do Senhor, concluímos o iniciado na última formação, acerca de nossa resposta ao amor do Senhor.
Além da fé, admirada ante a grandiosidade do que crê, e não raro emocionada com isso, outras respostas somos chamados a dar, não por medo de perder esse amor, mas justamente para vivê-lo melhor. A grande resposta que se segue é amar a Deus. Ora, Deus me ama, também eu O amarei. Sem prejuízo da admissão de nossa pequenez, amemos nós ao Senhor, humildemente, ainda que nossa oração não acrescente nada ao que Ele é, mas é bom para nós e é justo para com Deus, que merece todo amor e agradecimento. "Deus dá-Se a conhecer lembrando a sua ação onipotente, benevolente e libertadora, na história daquele a quem se dirige: 'Sou Eu (...) que te tirei da terra do Egito, dessa casa da escravidão' (Dt 5, 6). A primeira palavra encerra o primeiro mandamento da Lei: 'Ao Senhor, teu Deus, adorarás, a Ele servirás (...). Não ireis atrás de outras divindades' (Dt 6, 13-14). O primeiro apelo e a justa exigência de Deus é que o homem O acolha e O adore" (Cat. n.° 2084). "A fé no amor de Deus envolve o apelo e a obrigação de responder à caridade divina por um amor sincero. O primeiro mandamento nos ordena que amemos a Deus acima de tudo e de todas as criaturas, por ele mesmo e por causa dele" Cat. n.° 2093).
Veja-se que quando se diz que a resposta ao amor de Deus é o amor a Deus, intrinsecamente a este já está ligado o amor ao próximo, dado que "Se alguém disser: 'Amo a Deus', mas odeia seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê" (1Jo 4,19). "Os dois mandamentos, de que 'depende toda a Lei e os Profetas' (Mt 22,40), estão profundamente unidos entre si e compenetram-se reciprocamente. A sua unidade indivisível é testemunhada por Jesus com as palavras e a vida" (Papa João Paulo II, Carta Encíclica Veritatis Splendor, n.° 14).
De outro lado, o duplo mandamento do amor a Deus e ao próximo são o resumo máximo do decálogo, dos Dez Mandamentos. O amor verdadeiro cumpre toda a Lei, cumpre todos os Mandamentos. "Os Dez Mandamentos enunciam as exigências do amor de Deus e do próximo. Os três primeiros referem-se mais ao amor de Deus: os outros sete, ao amor do próximo: 'Como a caridade abrange dois preceitos, nos quais o Senhor resume toda a Lei e os Profetas, (...) assim também os Dez Mandamentos estão divididos em duas tábuas. Três foram escritos numa tábua e sete na outra'. O Concílio de Trento ensina que os Dez Mandamentos obrigam os cristãos e que o homem justificado continua obrigado a cumpri-los. E o II Concilio do Vaticano também o afirma: 'Os bispos, sucessores dos Apóstolos, recebem do Senhor (...) a missão de ensinar todas as nações e de pregar o Evangelho a toda a criatura, para que todos os homens se salvem pela fé, pelo Batismo e pelo cumprimento dos mandamentos'. O Decálogo forma um todo indissociável. Cada 'Palavra' remete para cada uma das outras e para todas; elas condicionam-se reciprocamente. As duas 'tábuas' esclarecem-se mutuamente; formam uma unidade orgânica. Transgredir um mandamento é infringir todos os outros. Não é possível honrar a outrem sem louvar a Deus seu criador; nem se pode adorar a Deus sem amar todos os homens, suas criaturas. O Decálogo unifica a vida teologal e a vida social do homem" (Cat. n.°s 2067-2069).
Da mesma forma nos disse o Papa João Paulo II: "A vida moral apresenta-se como a resposta devida às iniciativas gratuitas que o amor de Deus multiplica em favor do homem. É uma resposta de amor, segundo o enunciado que o Deuteronômio faz do mandamento fundamental: 'Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças. Estes mandamentos que hoje te imponho serão gravados no teu coração. Ensiná-los-ás aos teus filhos' (Dt 6, 4-7). Assim a vida moral, implicada na gratuidade do amor de Deus, é chamada a refletir a Sua glória: 'Para quem ama a Deus, basta-lhe agradar Àquele que ama, uma vez que não se deve procurar qualquer outra recompensa maior do que o próprio amor; a caridade, de fato, provém de Deus de modo tal que o próprio Deus é caridade'" (Papa João Paulo II, Carta Encíclica Veritatis Splendor, n.° 10).
Rogamos, portanto, ao Senhor, que consigamos dar verdadeiramente essa resposta a Ele, de o amar e ao próximo verdadeiramente, de modo que sigamos fielmente as palavras de Jesus e cumpramos rigorosamente os mandamentos.
No próximo post, estaremos encerrando a série de formações sobre o amor de Deus e partiremos a seguir para suas objeções e as verdades de fé que se seguem.
Até lá! Forte abraço!
Manoel Guimarães,
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