Queridos e amados irmãos e irmãs, amigos do blog da Comunidade Paz & Mel:
Vejam só o que está acontecendo na Arquidiocese de Washington, Distrito de Columbia, como todos sabem, capital dos EUA. A Arquidiocese tem sido parceira do governo local em diversos serviços comunitários, no que chamaríamos aqui de PPPs (Parcerias Público-Privadas). Uma dessas parcerias é responsável pela construção de um condomínio popular para 200 famílias de baixa renda, chamadas "Saint Martin" (é bom ter em vista, porém, que a moradia popular e a família de baixa renda são conceitos bem diferentes nos EUA dos do Brasil, pela evidente diferença na condição econômica geral do país).
A Arquidiocese, todavia, está vendo a possibilidade de ser obrigada a cancelar suas parcerias com o governo local se for aprovada uma nova legislação que privilegia homossexuais. Para o Arcebispo local, Dom Donald Wuerl, "a legislação proposta oferece pouca proteção para as crenças religiosas", desrespeitando-se a liberdade religiosa e o direito aplicável à espécie, notadamente o "Federal Religious Freedom Restoraction Act". De acordo com o Arcebispo, as organizações religiosas poderiam não participar das cerimônias religiosas e não estariam obrigadas a defender em aulas de religião o casamento homossexual, mas teriam de reconhecer essa união para direitos trabalhistas, previdenciários e correlatos, incluindo companheiros homossexuais em planos de saúde empresariais, por exemplo.
A Igreja e suas instituições caritativas mantém abrigos, serviços de saúde e assistência social, dentre outros, mas teriam de diminuir os atendimentos. Segundo Dom Wuerl, "não se trata de ameaça ou ultimato", mas "o simples reconhecimento de que as novas exigências da cidade para as instituições religiosas de reconhecer as uniões homossexuais para suas políticas poderia restringir a capacidade de fornecer o mesmo nível de serviços que o atual". O Arcebispo disse reconhecer "que o Município pode legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo", mas entende que tal não poderia ser imposto às organizações religiosas.
Dom Wuerl ainda aduziu que anualmente, as instituições católicas atendem cerca de 68.000 pessoas na nacionalidade, sem qualquer diferenciação, inclusive de credo religioso ou orientação sexual. No entanto, embora se queira manter o serviço, isso não será possível na mesma intensidade no caso de ocorrer a mudança na legislação. O Arcebispo demonstrou a dificuldade da decisão, por não se querer deixar de servir ao próximo, declarando que "dois princípios fundamentais de nossa fé estão no centro das nossas preocupações: a nossa compreensão da natureza do casamento e nosso compromisso de expressar o amor de Cristo através do serviço aos outros", mas a Arquidiocese e as entidades católicas "seriam forçados a escolher entre estes dois princípios".
O prelado ainda distinguiu muito bem a liberdade individual e o reconhecimento e a proteção da Lei Civil... "A arquidiocese tem muito claro que todas as pessoas têm igual dignidade, independentemente da orientação sexual. Mas o casamento está reservado para marido e mulher por causa de sua ligação essencial com a criação dos filhos", e deixou claro não poder transigir em relação aos princípios religiosos e morais.
Diante do impasse, só podemos aplaudir a coragem do Arcebispo da Capital Norte-Americana, e sua consciência do dever de defesa da verdade. Ele mesmo escreveu o artigo no Washington Post, do qual extraímos suas declarações. Não podemos deixar também, de rezar, e de convidar todos os leitores a fazer o mesmo para que as autoridades civis reconheçam a justiça dos pedidos do prelado, bem como a necessária moralidade, verdade e caridade neles intrínseca, e lhe sejam atendidos os pedidos.
Por ora era isso, pessoal. Seguimos atentos. Ah! Não foi muito noticiado na grande mídia, como era de se esperar, mas se fosse, chamariam o Bispo de reacionário, ditador, querendo impor a fé ao Estado, defenderiam que o Estado é laico, tal e coisa. Claro! O Estado pode ser laico, mas a sociedade não necessariamente o é e as instituições religiosas não o são. O protesto do Arcebispo não é para tornar religioso o Estado, mas para garantir sua liberdade religiosa (da instituição religiosa) e agir de acordo com seus princípios. Isso, porém, os laicistas de plantão não conseguem e/ou não querem ver.
Forte abraço a todos!
Manoel Guimarães.
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