Iraque, Índia e China sofrem com perseguições

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Queridos e amados irmãos e irmãs:

As perseguições graves aos cristãos prosseguem no Oriente, quer sejam nos regimes fundamentalistas islâmico ou hindu, quer sejam no totalitarismo comunista.

No Iraque, após os últimos atentados contra os cristãos, já noticiados neste blog, o Arcebispo de Mosul, Dom Basile Georges Casmoussa, disse expressamente que: "demonstram que existe uma estratégia para cancelar nosso patrimônio cultural e mais de dois mil anos de história", responsabilizando extremistas islâmicos pelos ataques. Segundo o prelado: "Não é a primeira vez que grupos extremistas golpeiam símbolos da comunidade cristã no Iraque. E não é a primeira vez que sacerdotes e religiosas pagam com o sangue".

Mais do que os fatos passados, na percepção de Dom Casmoussa, não está sendo possível garantir-se a segurança do presente e para o futuro próximo: "parece que ninguém está em capacidade de garantir a segurança aos cristãos iraquianos. Em janeiro serão as eleições e existem setores extremistas que com a violência querem impor suas próprias linhas políticas". Com muita docilidade, o prelado sugere o diálogo como resposta: "o único caminho por percorrer para aplacar a violência é o diálogo. Só assim poderemos isolar estes grupos extremistas e ser um país tolerante. Agora devemos procurar estar perto da nossa pequena comunidade e dar-nos força e ânimo".

Na Índia, grupos integristas hindus acusam os cristãos de "conversões ilegais". Segundo Arcebispo de Bangalore, Dom Bernard Mora, as acusações de conversões: "foram aumentadas com a precisa intenção de criar insegurança e animosidade entre as comunidades de distintas religiões em relação aos cristãos. Estas acusações foram motivadas politicamente".

O prelado esclarece que não existe conversão forçada ao cristianismo, mas é natural que, após a efetivação dos trabalhos de assistência social aos marginalizados (convenhamos, o regime hindu de castas deve tê-los em abundância), os assistidos se interessem por Jesus Cristo e Sua Palavra. Por certo, a Sagrada Escritura deve ser um grande consolo para os que sempre acreditaram ser inferiores a outras castas. As conversões fluem naturalmente, mas os extremistas seguem perseguindo os cristãos.

Os cristãos da região, que têm trabalhado de forma belamente ecumênica, dizem que algumas leis anti-conversão de alguns estados hindus ferem a liberdade religiosa. De fato, não há liberdade de consciência sem liberdade religiosa. Não faz sentido poder-se escolher um partido ou ideologia política, sem que se possa escolher a própria fé.

Na China, diante das dificuldades de relação entre a Igreja e o Estado comunista, os sacerdotes têm enfrentado grandes dificuldades, por vezes aderindo a uma "igreja católica do Estado" para evitar perseguições mais severas. Recentemente, uma caridosa carta enviada pelo Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Dom Tarcísio Bertone, foi recebida como grande consolo pelos sacerdotes daquele país.

Enfim, enquanto no Ocidente, a dita tolerância religiosa é usada fundamentalmente para privilegiar minorias, no Oriente, as minorias cristãs gozam de nenhuma ou muito pouca liberdade e as perseguições são a regra. Cristo Jesus é Senhor do Céu e da Terra e jamais Sua Igreja fenecerá. Aceitamos, assim, serenamente o martírio da perseguição. Não podemos, no entanto, calar ante o silêncio da grande mídia às perseguições havidas no Oriente. A tolerância religiosa vale também para os cristãos, inclusive para nós, católicos. Não nos deixemos enganar1

Forte abraço,

Manoel Guimarães,

Comunidade Paz & Mel.

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