A riqueza das diferenças

Em nossos relacionamentos temos sempre diante de nós o desafio e a riqueza da diferença. Como nos atrapalhamos por esquecer que o outro é outro, não é igual a mim, não pensa como eu, não escreve como eu, não age como eu, não vê o mundo como eu vejo!

Uns gostam de estar bem arrumados, outros nem ligam para as vestes. Uns se esmeram em ser pontuais, outros cuidam um pouco, outros se atrapalham e raramente conseguem chegar no horário em algum compromisso. Uns são organizados e se irritam com a bagunça, outros não "estão nem aí" e não se importam como ficam suas coisas. Uns têm uma visão geral das coisas, outros prestam mais atenção aos detalhes. Enfim, sempre nos deparamos com o outro, que me mostra outros lados, outros jeitos, outras possibilidades.

Parece que no dia-a-dia facilmente esquecemos desta realidade. Facilmente pensamos e dizemos: "Mas como tu não pensou nisso? É tão óbvio?", e desconsideramos o raciocínio do outro e a sua visão da mesma coisa. Diferenças que, se não aceitas, geram discussões, rancores, brigas, desentendimentos, nas quais um precisa estar com a razão e outro necessita admitir o erro. Na verdade, o crescimento está em observar o que cada lado tem de bom e de proveitoso, lembrando que mesmo as coisas ruins ou supostos defeitos nos trazem boas lições e experiências.

Também a diferença nos remete à maravilhosa realidade de que cada um é único. Não há ninguém como eu e ninguém como tu. Eu contribuo com a realidade da minha forma única, tu do teu jeito único. Assim, a diferença precisa levar à acolhida, ao respeito, à troca, ao crescimento e enriquecimento.

Que nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro e único Mestre, nos ensine a amar e aceitar o outro como é, sem esperar que seja como eu gostaria que ele fosse. Assim, a paz aconteça em nossos relacionamentos e se multiplique através de nós.

Silvana Elisa Kloeckner Guimarães