Queridos e amados irmãos e irmãs, amigos deste blog:
Neste momento em que estamos perto de encerrar este primeiro ciclo de formações, acerca do amor de Deus, e após a interrupção pelo Tempo do Natal, dedicamo-nos a meditar na nossa reação, nossa resposta ao amor do Senhor Deus.
Em primeiro lugar, é preciso retomar que amor do Senhor é incondicional, de modo que Seu amor não depende de nossa resposta. Deus nos ama, independentemente de alguma resposta que lhe demos. No entanto, é preciso reconhecer também que o amor de Deus suscita em nós uma resposta. É tão belo, terno e sincero Seu amor que nos desperta gratidão. Alguma resposta queremos dar.
A primeira resposta, porém, antes de se pensar em uma retribuição, ensina-nos Cantalamessa, é crer mesmo no amor de Deus. Aceitar, crer, receber o Seu amor. Deus quer se dar. Muito bem, nós o queremos receber. Mais, nós acreditamos nEle. Nós aceitamos que o Senhor onipotente, Deus do universo existe e nos ama. Nós aderimos à fé nesse Deus. O Catecismo da Igreja Católica já nos indica essa resposta: "Por sua Revelação, 'o Deus invisível, levado por seu grande amor, fala aos homens como amigos, e com eles se entretém para os convidar à comunhão consigo e nela os receber'. A resposta mais adequada a este convite é a fé" (Cat. n.° 142).
Padre Cantalamessa, porém, dá uma característica especial a essa fé, resposta ao amor de Deus. Chama-a de fé-assombro, uma fé que se admira e espanta tanto da realidade de que Deus ama pessoalmente, que tem dificuldades de crer no que está crendo. É tão magnânimo essa verdade do amor de Deus que é difícil de se acreditar. "É a fé-assombro, fé incrédula (um paradoxo!): fé que não logra capacitar-se daquilo que crê. Como é possível que Deus, sumamente feliz em sua tranqüila eternidade, tenha tido o desejo não só de nos criar, mas outrossim de vir pessoalmente sofrer por nós. Como é possível?" (Cantalamessa, Raniero, O Poder da Cruz, Loyola, 4.ª ed., 2006, São Paulo, Brasil, Cap. 02, pág. 21).
O mesmo pregador da casa pontifícia ainda nos recorda de que essa fé, ou qualquer resposta que demos, não é retribuição devida ao amor do Senhor, até porque não temos condições de Lhe retribuir. Diz com que ânimo devemos oferecer nossa resposta ao Senhor, em uma meditação sua acerca do Natal: "O mais importante a fazer no Natal, o ato mais apropriado, é receber com surpresa o dom infinito de Deus. Quando se recebe um presente, não é delicado apresentar de imediato com a outra mão o próprio presente, quem sabe já preparado com antecipação; ocorre inevitavelmente a pressão do querer retribuir o mais rápido possível, de não querer ficar em débito um único instante, de querer ficar em igualdade. É preciso antes de mais nada prestar homenagem ao presente que se está recebendo (...). Então, quase envergonhando-se e com pudor, pode-se oferecer o próprio presente, como se nada fosse se comparado com aquilo que se recebeu. Portanto, a coisa mais bonita que podemos fazer por Deus no Natal não é procurar o que oferecer a Deus em troca, mas esquecer-nos de tudo, ficar encantados e boquiabertos diante do seu infinito amor; em uma palavra, acreditar no amor de Deus por nós" (Cantalamessa, Raniero, Preparai os caminhos do Senhor, Loyola, 1.ª ed., 1997, São Paulo, Brasil, III Parte, Cap. 03, pág. 136).
Essa primeira resposta quando brota verdadeiramente do coração e é sincera e consegue alcançar a grandiosidade da realidade do amor do Senhor, geralmente vem com uma forte emoção, que também é uma resposta adequada ao amor do Senhor. "Ao falar do amor de Deus e de Jesus Cristo, S. Paulo sempre manifesta 'emoção': Ele me amou - exclama ele de Cristo - e entregou-se a si mesmo por mim!' (Gl 2,20). Mostra-nos assim qual deve ser a primeira e mais natural reação que deve surgir em nós ao recordarmos a revelação do amor de Deus: emoção. Quando é sincera e brota do coração, a emoção é a resposta mais eloqüente e digna do homem perante a revelação de um grande amor e de uma grande dor; em todo o caso, a que maior bem faz a quem a recebe. Nenhuma palavra, ou gesto, ou dom pode substituí-la (...) Jesus não escondeu a própria emoção: 'comoveu-se profundamente' diante da viúva de Naim e das irmãs de Lázaro (cf. Jo 11,33.35). Mas a emoção faz bem sobretudo a nós (...) abre o coração..." (Cantalamessa, Raniero, A Vida sob o Senhorio de Cristo, Loyola, 4.ª ed., 1996, São Paulo, Brasil, Cap. 01, págs. 28-29).
Ainda seguiremos meditando sobre nossa resposta ao amor do Senhor, mas, por ora, paramos para que essas palavras caiam em nossos corações e frutifiquem nas nossas vidas.
Forte abraço,
Manoel Guimarães,
Comunidade Paz & Mel.
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