Amados leitores e amigos do blog da Comunidade Paz & Mel. Prosseguindo nossas formações básicas, ainda na sua primeira fase, ainda nos temas do querigma, seguimos dando conta da maneira como Deus nos ama. O amor do Senhor nos acompanha em todos os momentos de nossa vida, mas se apresenta como auxilio adequado para cada realidade que experimentamos.
O amor de Deus se apresenta de maneiras diversas, dado que também nós, nos diferentes momentos de nossas vidas e no nosso amadurecimento como pessoas, precisamos de incentivos diversos do amor do Senhor. Por vezes, Seu amor aparece numa figura materna (Cat. 219). Essa feição materna do amor de Deus é, no dizer do Pe. Raniero Cantalamessa, pregador da casa pontifícia, "feito de acolhimento e ternura; é um amor visceral (...) Qualquer coisa mesmo terrível, que o filho haja cometido, se se arrepende, a primeira reação da mãe é sempre abrir-lhe os braços e acolhê-lo; é o seu filhinho..." (Cantalamessa, Raniero, A Vida sob o Senhorio de Cristo, Loyola, 4.ª ed., 1996, pág. 17, Cap. 01, pág. 17). Trata-se de um amor incondicional, afetuoso, que não consegue deixar de amar. Também para o filho de Deus que o busca hoje, inclusive na oração pessoal, o Senhor assim se manifesta. Querido leitor, também você, se ainda não o fez, pode experimentar o amor de Deus se orar a Ele de coração, agora mesmo, hoje mesmo, e pedir instantemente que Ele se manifeste tal amor a ti.
Ainda se apresenta o amor do Senhor como um amor paterno (tb. cfme. Cat. n.° 219). O amor paterno se apresenta de forma diferente, porque é exigente, quer o desenvolvimento do filho, demora a lhe elogiar porque quer fazer dar passos além; sabe das dificuldades que há de vir, das armadilhas do mundo e do pecado e quer preparar o filho para elas. Cantalamessa, ao falar do amor paterno, diz que "é feito de estímulo e solicitude; o pai quer fazer crescer o filho e leva-lo à plena madureza. Por isso, um pai a muito custo louvará incondicionalmente o filho em sua presença: receia que ele imagine ter chegado à meta e deixe de progredir. Pelo contrário, corrige-o amiúde" (Cantalamessa, idem, pág. 17). Com freqüência, na história da humanidade e na história de cada um de nós, podemos perceber a correção de Deus, ações divinas, manifestações do Senhor que servem de advertência para que a pessoa se desvie do caminho mau, que a levaria à morte eterna se nela persistisse. Também a correção e a advertência são imprescindíveis ao amor. Da mesma forma, todos nós pudemos e podemos perceber, em momentos diversos de nossas vidas, a admoestação do Senhor, para que mudamos algum caminho equivocado por que enveredamos.
O Catecismo ainda fala de outras formas de o amor divino se manifestar, dizendo que "Deus ama seu Povo mais do que um esposo ama sua bem-amada; este amor se sobreporá até às piores infidelidades; irá até à mais preciosa doação: 'Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único' (Jo 3,16)" (Cat. n. 219). Por isso mesmo, tantas vezes ouvimos o Senhor exigir fidelidade, mas não por uma carência dEle, como acontece nos amores humanos, mas porque sabe que o homem, sem Deus, perde-se e se torna profundamente infeliz.
Deus, no entanto, supera todas as alegorias de formas de amor humanas e revela um amor supremo, essencial de Si. Revela-nos o Novo Testamento que Deus mesmo é amor. O Catecismo mesmo o recorda: "o próprio ser de Deus é amor. Ao enviar, da plenitude dos tempos, seu Filho único e o Espírito de Amor, Deus revela o seu segredo mais íntimo: Ele mesmo é eternamente intercâmbio de amor: Pai, Filho e Espírito Santo, e destinou-nos a participar deste intercâmbio" (Cat. n.° 221). É aqui que voltamos a uma das primeiras citações magisteriais de nossas formações: "Na sua vida íntima Deus 'é Amor', amor essencial, comum às três Pessoas divinas" (Papa João Paulo II, Carta Encíclica Dominum et vivificantem, n.° 10). Aí temos essa verdade maravilhosa, Deus é, Ele mesmo. Sua essência é amor. Ele é amor. Como explicar isso? Nossa lógica diria, então, que, sendo amor, simplesmente não pode deixar de amar. Que realidade fantástica e fora de série! A "substância" mesmo de Deus é amor. Um amor que com freqüência nos exige, nos faz sair de onde estamos, melhorarmos, mas que é, sim, puro amor... Muito há a rezar e meditar nessa verdade insondável até nossa próxima formação. Até lá, fiquem na paz, irmãos.
Manoel Guimarães,
Comunidade Paz & Mel.
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